Cassia, do Musiqueria, está no segundo post em seu desafio de publicar videos de todos os discos de Chico Buarque. Sorte nossa.
Por minha vez, a música do Chico com que acordei hoje na cabeça (tem sempre uma...) foi A Ostra e o Vento, do filme,
aqui na versão de Ná Ozetti e André Mehmari,
cuja melodia originou-se de um tema com que Chico embalava o neto Chiquinho (vai, Chiquinho, vem, etc).
Já a letra tem requintes e quitutes vários:
- rimas no início dos versos (li uma vez num lugar que não vou googlar que isso é coisa de Rimbaud, corrijam-me aí): cai/vai/raia/pai/paisagem/paira - vem/tem/meu bem
- delicadas rimas assonantes (?), das que ele vem cultivando cada vez mais nos últimos discos - ralha/folha, nome/perfume, caramujo/estojo, peixe/mexe
- uma frase que parece tirada de um livro de García Márquez (ou de Chico Buarque): "Jogada num quintal, enxuta, a concha guarda o mar no seu estojo"
- inversão de sonoridade criando aliterações (ou algo assim): conceda/descansar. Exemplo em O Velho Francisco, entre duas estrofes: cobertor comida roupa lavada/tive terra arado cavalo e brida. Ou será que só eu escuto essas coisas, depois de cantar oitocentas vezes a música?
Sem querer, acabei descobrindo esse seu post, citando meu blog. Que bacana!
ResponderExcluirObrigada
Oi, Cassia!
ExcluirEu venho lendo o Musiqueria há algum tempo, mas nem sei mais como cheguei lá.
Ótimo trabalho, continue!