18 de set. de 2012

Sombras, mapas, nuvens


Pesquisando na Internet vi que tem muitas imagens dessas, aparecendo a sombra do carro do Google Street View,  mas topei com essa por acaso, pesquisando sobre Hanley Swan, vilarejo inglês que foi a base para o ficcional Black Swan, do livro Black Swan Green, de David Mitchell.
Emendei na leitura desse após Cloud Atlas (por enquanto só em inglês), do mesmo autor, que foi o primeiro livro que li no Kindle do qual senti falta da sensação do papel impresso, do cheiro, do peso de quanto falta e quanto já foi lido.
Talvez porque tenha sido o melhor livro que li no Kindle até agora, e um dos melhores dos últimos tempos em qualquer suporte.
Recomendo, deve sair logo a tradução por causa do filme, que estreia em dezembro no Brasil com o título (ruim) de A Viagem. Tom Hanks, Halle Berry, Hugh Grant, Susan Sarandon, alguns em vários papéis, e direção dos Irmãos Wachowski, de Matrix (qualquer googlada traz bastante material sobre o filme, eu que odeio trailers não vou ficar linkando).
Também não gosto muito de contar a história dos livros, mas dá pra dizer que é um romance com seis histórias diferentes, com estilos diferentes (diários, cartas, policial, memórias, depoimentos, ficção científica etc.) contadas em sequência, passadas em várias épocas (fim do século XIX, anos 30, anos 70, atualidade, futuro e futuro depois desse futuro) e lugares (Pacífico Sul, Bélgica, Califórnia, Inglaterra, Sudeste Asiático e Havaí).
Os pontos de contato entre as histórias podem ser comparados ao retorno de motivos musicais em uma peça sinfônica. Além disso, personagens de uma história do romance aparecem lendo outra.
No fim o conjunto faz todo o sentido e, apesar de dizendo assim não parecer, não é uma leitura difícil, pra quem leu seu García Márquez e/ou Italo Calvino (influências do autor, ao lado de Milan Kundera. Bem acompanhado).
O título original (Cloud Atlas) refere-se às diversas manifestações da natureza humana, que é sempre a mesma ao longo da História, porém com infinitas variações. 
Um dos temas do livro é a dominação do homem sobre o homem e de grupos sobre homens/grupos, o que garante algumas cenas e climas violentos e às vezes muito opressivos, mas a mensagem geral é pacífica e otimista, achei eu.
Tem um quê de Guerra e Paz e mais não digo.
Só lendo mesmo.